Outros Carnavais
Um dia desses ouvi “Boca de Siri” (na voz de Zélia Duncan)
e foi impossível não lembrar da minha avó, seus ditados engraçados e seu gosto
pelo Carnaval. Hoje seria seu aniversário – dia de festa, dia de
bolo! Assim aproveito a data para fazer uma pequena homenagem.
Myrthes era uma
pessoa alegre e amiga, pronta para tudo e que lutava pela vida. Sempre tinha
vontade de viver, mesmo quando estava doente. Ela adorava “brincar o carnaval” e essa música me fez
lembrar de alguma de suas histórias de carnaval, entre ela e meu avô.
Nos idos de 1940... ela se fantasiava e ia
pro bloco brincar. Ela linda, de cigana, de baiana e ele se disfarçava de
morcego, todo coberto, para vigiá-la. Mas ela sempre descobria o disfarce,
reconhecia "os cambitos" dele e ria...
Em outro carnaval... ele a viu no meio do
bloco que passava e lá vai ele... se mete no bloco e “resgata a noiva pela mão”,
mas ele pegou o braço de uma amiga dela... e ela seguiu atrás do bloco, rindo!
Anos depois, lá vai o casal para “ver o
carnaval” na Av. Rio Branco (Centro do Rio) e eis que a bela mulher do “seu
Wilton” chama a atenção de um fotógrafo de rua, que tira uma foto! Foto tirada,
ela linda e ele com cara feia e com o filho no colo... e ela ainda comentava “seu
avô ficou com ciúmes do fotógrafo”.
Era com alegria e prazer que ela contava essas histórias e
dizia: “Naquela época as pessoas iam brincar, jogar confete e lança perfume
(que ainda não era uma droga) nos outros, não tinha essa pouca vergonha de hoje”!
O tempo passa rápido, muito rápido. Mas algumas
pessoas são eternas em nossas vidas, nessa e em outras dimensões!
Feliz aniversário “vó Myrthes”!!! Que D’us
te ilumine e te guarde até o dia do nosso reencontro... Talvez demore um
pouco.. pela medida de tempo terrestre, mas para as almas não há barreiras J.
Boca de Siri
Wilson Batista/Germano
Augusto
Eu saí de
sarongue
Mas que calor, mas que calor, mas que calor
Cantei no Bonde de São Januário, Alá
Alá-la-ô, alá-la-ô
Até dancei de índio, auê, auê
Quem encontrar o meu moreno por aí
Faça-me o obsequio, boca de siri
Quase que morri de insolação
Jogaram pó de mico
Mas não fiquei jururu
Continuei me exibindo
Me desmilinguindo no paço do canguru
O trem atrasou quando eu fui pra Meriti
Faz boca de siri
Mas que calor, mas que calor, mas que calor
Cantei no Bonde de São Januário, Alá
Alá-la-ô, alá-la-ô
Até dancei de índio, auê, auê
Quem encontrar o meu moreno por aí
Faça-me o obsequio, boca de siri
Quase que morri de insolação
Jogaram pó de mico
Mas não fiquei jururu
Continuei me exibindo
Me desmilinguindo no paço do canguru
O trem atrasou quando eu fui pra Meriti
Faz boca de siri